Voleta de Beth Stockler

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Rio de Janeiro, R.J, Brazil
Brasileira,advogada,escritora, jornalista,artista plástica. Escrevi meu primeiro livro "A VOLÚPIA DE VOLETA " em homenagem as mulheres de espírito livre. Acabei de escrever o livro "CHIQUINHA E EU - REINVENTANDO O PASSADO", o lançamento está previsto para inicio de 2010. "VOLETAR" para mim é assumir a alma de Voleta. Liberdade de ser interior, fidelidade a seus principios, amar-se sempre, viver apaixonadamente, ser intensa e ABSOLUTA ,independente de todas as contradições que trazemos dentro de nós mesmas. Voletar é ser Voleta... Leiam o livro, acho que vão gostar de encontrar a Voleta que existe em todas nós mulheres e é hora de assumi-la !!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Oficina da crônica - " O espelho e eu"

O Espelho e eu

De novo, eu e o espelho estamos inconpatíveis

Ele diz que estou gorda e eu não me sinto tão gorda assim.
Fico irritada, brigo com ele e com a imagem que me mostra.
Não aceito esta brincadeira implicante que se propõe.
Estou de pretinho básico, silhueta alongada por saltos 12 cm.
Comprei vários sapatos de saltos depois que meu amigo,
engenheiro, ensinou-me a importância da Lei Altura x Largura,
para dar o efeito mais longilineo.
Caminho com dificuldade não nego, quase uma equilibrista, mas
pelo menos uns 3 quilos eu perco com este artificio.
À noite estou com uma dor nas pernas e nas costas, que se eu
contar voce não irá acreditar.
Dói muito, mas mesmo assim, não desisto. É o preço.
Será que o espelho não poderia valorizar meu esforço e mostrar
o corpo alongado, ao invés desta forma redonda que vejo?
Esta semana estive no Fashion Week. Juro que senti uma certa
vantagem com minhas formas arredondadas, em contraponto
com a magreza absoluta das manequins.
Parecem que vão se desmanchar em cacos, com o menor esbarrão.
Transar deve ser uma tarefa cuidadosa para o parceiro,
só posições estratégicas.
Nunca poderá abandonar o corpo inerte sobre o dela, com aquele
peso morto de depois do gozo, para não sofrer o risco de ficar sem ela.
Parece que estou com inveja… não, não estou.
A obsessão da magreza é tanta que, outro dia, perguntaram a uma prima
sobre minha pessoa e ela, muito versada na arte da conversação, disse:
“Ela era gordinha, hoje continua gordinha !”
A paranóia dela com corpo e beleza a tornou praticamente burra, a
ponto de não saber ver nem conteúdo e nem além…
Para ela, a pessoa é apenas gorda ou magra, e esta identidade sobrepõe
até mesmo o nome...
Voce estuda, voce trabalha, reliza, voce tem filhos, marido,
casa, todas as beneces que uma vida pode proporcionar e no entanto,
a pequenês do olhar do outro pode resumir voce na especificação de sua
massa corporal de gordura. Nada mais.
Olho o espelho inimigo mais vezes do que o necessário. Reconheço minha
insistência de negá-lo. Meu olhar é fraterno, amigo, não posso de forma
alguma compactuar com ele.
Aliso minha pele lentamente, sinto a sensualidade que aflora. A textura
suave dos mil cremes ali usados a tornaram macia.
O excesso de pneuzinhos e celulites são contornados e acarinhados com
o mesmo gesto. Não há desprezo.
Talvez tenha aprendido a me amar, com o tempo e a idade, de forma
condescendente. Tenho certeza que me amo muito mais do que este
espelho maldito me ama. Ele já viciou o olhar com a mesma pobreza
de leitura que minha prima. Começo a ter pena deles. Quem sabe ele
também seja parente daqueles espelhos deformantes dos circos e
parques de diversões. É, pode ser isso... Na época que o comprei, não
perguntei a origem.
Este flash de luz, em forma de argumento, me fez sentir melhor.
Posso sorrir para mim mesma, confiante, outra vez.
Olho para o espelho desafiadora e, na imagem refletida, plena de
auto estima, estou feliz de ser como sou.
Cresço tanto que ultrapasso o espaço no qual ele me enquadra,
de forma obtusa. Cresço tanto que tenho medo dele ser capaz de
sentir inveja... Cresço tanto, tanto, que fico ” gorda ” de mim mesma, mas
em encantamento, continuo sorrindo...

VOLTEI !!!!!!!! com muita saudade....

Vou voltar a me conectar pessoal !!!!!!!

ANNA FAEDRICH

Quero deixar aqui o agradecimento público a Anna Faedrich: pela Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Teoria da Literatura do Dep. de Letras da PUC do RGS para obtenção do título de Mestre em Letras, com base no estudo da obra de Albertina Bertha Lafayette Stockler, grande escritora do finalzinho do séc.XIX e inicio do séc. XX,corajosa mulher, da qual tenho imenso orgulho por ser também minha bisavó. Vale ressaltar que foi para "Bertha" que dediquei meu livro " A volúpia de Voleta", uma visão contemporânea do seu romance "Voleta",como já fiz referência em outras matérias.
O trabalho de Anna deixou- nos muito feliz e merece o maior respeito pela qualidade do texto e pesquisa. M A R A V I L H A !!!!
-Valeu Anninha !!!!!!! um beijo aqui para sempre registrado com meu carinho, Beth

Oficina da Crônica com Felipe Pena

Este ano fiz o curso " Oficina da Crônica" do
escritor Felipe Pena, autor de vários livros e
cronista do JB. O curso foi excelente pelo professor,
pelos colegas e pela organização da Livraria
"Estação das Letras".